História


Os registros mais antigos de ocupação humana na região do Ribeirão da Ilha foram encontrados na década de 1960 pelo padre e arqueólogo João Alfredo Rohr. Quando areia foi retirada da terra para uma construção, um esqueleto humano foi descoberto. Na mesma época, Rohr descobriu um imenso sítio arqueológico na região da Tapera, muito próxima ao Ribeirão. A área teria sido ocupada por um grupo Jê e, mais tarde, por uma população de tradição Guarani.
Os primeiros navegadores portugueses e espanhóis que aportaram em Florianópolis, chegaram ao Ribeirão por volta de 1506. Vinte anos mais tarde, o navegador Sebastião Caboto atravessou o Atlântico e veio a Florianópolis. Diz-se que foi no Porto do Ribeirão que Caboto teria ancorado. Mas foi só entre 1748 e 1756 que houve a colonização efetiva da Ilha, desembarcando cerca de seis mil açorianos.
Alguns autores contam que cinquenta casais estabeleceram-se no Ribeirão da Ilha. Os principais povos que contribuíram para a colonização vieram das ilhas do Arquipélago dos Açores (Faial, das Flores, Graciosa, Santa Maria, São Jorge, São Miguel, Pico e Terceira). Depois, portugueses migrados da Península Ibérica (Braga, Coimbra, Évora, Lisboa, Guimarães, Vianna, Vizeu). Também há registros de madeirenses, canários, espanhóis, alemães e populações negras, trazidas para trabalhar nas lavouras e na pesca de baleias.
O primeiro período da colonização européia foi caracterizado pelo predomínio de atividades econômicas como a agricultura, a pecuária e a pesca. A imigração açoriana foi comandada por Manoel de Valgas Rodrigues, que fundou a Freguesia de Nossa Senhora da Lapa do Ribeirão, próxima ao Forte de Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba, erguido em 1742 para defender a entrada da Baía Sul da Ilha de Santa Catarina.
A freguesia do Ribeirão produzia alimentos que eram enviados às tropas sediadas no forte. Em 1839, o distrito foi promovido a uma vila. A área destacava-se pelo cultivo de cana de açúcar, café e mandioca, sendo uma comunidade com predominância agrícola. Nas encostas, cultivava-se milho, cana, feijão, hortaliças e melancia.
Até o início do século XX, havia cerca de 80 engenhos de farinha na região. Também havia criação de gado nas planícies.
A relação com o mar sempre foi muito presente na comunidade do Ribeirão. O mar era a principal via de acesso a outras regiões da Ilha e do continente, pois não havia pontes e os caminhos por terra eram precários. Apesar disso, foi só depois de 1950 que a tradição pesqueira e a maricultura se formalizaram como as principais atividades econômicas. Isso ocorreu por conta do declínio das atividades agrícolas. As terras foram vendidas para a construção de moradias. Foi nesta época que estradas asfaltadas passaram a ligar o Ribeirão da Ilha ao Centro, fazendo com que o deslocamento se tornasse mais viável e a região mais visada por novos moradores.
A falta de planejamento e a ocupação de áreas de mangues são características da urbanização no Ribeirão da Ilha. A região ainda sofre com problemas causados por conta deste crescimento irresponsável.
Junto com moradores, apareceram bares, supermercados, restaurantes e outros estabelecimentos que incrementaram o turismo no Ribeirão da Ilha, que hoje é fortemente visitado por suas atrações gastronômicas e históricas.


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